quinta-feira, 13 de março de 2014

Uma Visão Ética e Moral 

do Homem Livre e de Bons Costumes

Este artigo, é uma das muitas obras riquíssimas em cabedal que o nosso estimado Irmão Ubyrajara de Souza Filho (Birinha)
nos presenteou ao longo do tempo. Lá se vão 6 anos que está joia de peça de arquitetura foi gravada na Tábua da GAZETA DO MAÇOM em abril de 2008.
Fica aqui nossos agradecimentos pela contribuição cultural e intelectual dada por este querido Irmão à Maçonaria.

     Os rituais maçônicos exigem do candidato ao ingresso na Ordem a condição de "ser um homem Livre e de Bons Costumes".
     Considerando "ser Livre e de Bons Costumes" como uma apologia que resume as Virtudes desejáveis no candidato, sugiro uma leitura dessa proposição numa abordagem conceitual de Ética e Moral.
     Ética vem do grego "ethike, de ethikós" que diz respeito aos costumes, enquanto modo de vida que o homem adquire ou conquista. E Moral tem origem latim, "mores" significando costumes, valores e normas de conduta específicas de uma sociedade, em certa época, em seu sentido mais restrito.
     Diferentemente de moral, a ética está mais preocupada em elaborar uma reflexão teórica que analisa, critica ou legitima os fundamentos e princípios que regem um determinado sistema moral, ou seja, sobre o modo e a forma, de como o homem deve se comportar em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social. Agir eticamente é agir de acordo com o bem. O campo ético é constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o conteúdo das condutas morais, ou seja, as virtudes. Definir o que é bem e o que é mal é outro problema; no entanto, ética é a escolha pela qual se exclui ou se opta pelo bem ou pelo mal. Pessoa ética é aquela que pauta seu comportamento optando sempre, ou seja, age consciente de suas escolhas e se responsabiliza por elas. Supor que o homem possa fazer suas escolhas e se responsabilizar por elas, implica em admitir a condição do homem "ser Livre".
     Logo, o termo "livre" deve ser interpretado em seu sentido ético de liberdade mental; e, por interferência, o "Homem Livre" deverá ser aquele que determina ele próprio os rumos de sua vida, que ousa pensar e agir sem condicionamentos, sem grilhões, respeitando apenas os limites de sua própria capacidade intelectual; aquele que, quando necessário, atreve-se a ser diferente, manifesta-se de forma distinta de pensar ou agir de uma maioria, na defesa de seu direito de exercer sua liberdade de pensamentos, e se responsabiliza por esse comportamento. 
     Segundo Kant, a moral é a esfera da razão prática que responde à pergunta: "O que devemos fazer?"
     A moral, em seu sentido lato, pode ser entendida como o conjunto de valores que disciplina a conduta humana na sociedade, tendo um caráter normativo ou prescritivo, com estas normas sendo adquiridas pela tradição, pela educação e pelo cotidiano. A moral se preocupa com a construção de um conjunto de prescrições destinadas a assegurar uma vida em comum justa e harmoniosa. A consciência moral se reconhece como capaz de julgar o valor dos atos e das condutas humanas e conformidade com os valores morais. Supor que o homem possa adotar o modo de pensar e proceder característico, de acordo com os códigos de moral e ética predominantes em seu meio social, implica em admitir a condição do homem "ser de Bons costumes".
     Resumindo, "um homem Livre e de Bons Costumes" é o homem possuidor de consciência Moral, que pauta o seu comportamento pela Ética.    

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