Alguns
símbolos adquiriram tal vigor que até o não iniciado sabe que o mesmo se refere
à Maçonaria. A águia bicéfala,
representativa do Rito Escocês Antigo e Aceito, talvez seja o símbolo maçônico
mais conhecido depois do Esquadro e Compasso e do Delta Luminoso. A águia bicéfala é
um símbolo presente na iconografia e heráldica de
várias culturas indo-européias e mesoamericanas.
Na Europa,
procede da águia bicéfala hitita, chegando à Idade Média ocidental
através do Império Bizantino. Muitos estados, como o
Império Bizantino ou o Império Russo usaram-na
em bandeiras, estandartes e escudos. As cabeças da águia mirando para lados
opostos representavam o poder e a nobreza exercidos tanto sobre o Oriente quanto
sobre o Ocidente,
como foi o caso de Impérios intercontinentais, tal qual Bizâncio e a Rússia.
A
"Águia de Duas Cabeças de Lagash" é o mais antigo brasão do Mundo.
Nenhum outro símbolo emblemático no Mundo pode rivalizar em antiguidade. A sua
origem remonta à antiqüíssima Cidade de Lagash. (Lagash é uma das cidades mais
antigas da Mesopotâmia. A cidade de Lagash situava-se na Suméria,
no sul da Babilônia,
entre os Rios Eufrates e Tigre,
perto da atual cidade iraquiana de Shatra. Possuía
um calendário de doze meses lunares, um sistema de pesos e de medidas, um
sistema bancário e de contabilidade, sendo ainda um centro de arte e literatura,
tudo isso cinco mil anos antes de Cristo.
Envolveu-se numa guerra com outra cidade-estado vizinha, de nome Umma, por causa do
controle da água, sendo este o primeiro conflito armado de que se tem notícia
tendo como causa o chamado "precioso líquido".)
No ano 102 a.C., o cônsul romano
Marius decretou que a Águia seria um símbolo da Roma Imperial. Mais tarde, já
como potência mundial, Roma utilizou a Águia de Duas Cabeças, uma voltada para
Oriente e outra para Ocidente, como símbolo da unidade do Império. Os
imperadores do Império Romano Cristianizado continuaram a sua utilização e foi
depois adotado na Alemanha durante o período de conquista e poder imperial.
No século XVIII, a maçonaria
conhecida como “escocesa” estava se desenvolvendo rapidamente na França. Foi
então que, em 1758, surgiu o Conselho dos Cavaleiros do Oriente, dirigido por
maçons da classe média, com o intuito de organizar os Graus Superiores. Já os
maçons da classe alta e da nobreza, não desejando ficar para trás e deixar os
opositores ganharem poder, criaram o Supremo Conselho de Imperadores do Oriente
e do Ocidente. Ora, um ”Supremo Conselho“ soa mais do que um simples
”Conselho”, “Imperadores” são mais do que simples ”Cavaleiros”, e ”Oriente e
Ocidente“ é o dobro do que apenas ”Oriente”! Dessa forma, esse Supremo Conselho
conseguiu prevalecer, se tornando a “incubadora” do Rito de Perfeição, com
seus 25 graus, os quais posteriormente serviram de base para o Rito Escocês
Antigo e Aceito. Quando do surgimento do Supremo Conselho do Rito Escocês em
Charleston, EUA, com seu sistema de 33 Graus, aproveitou-se o emblema do Rito
de Perfeição, da águia bicéfala com a coroa, acrescentando acima dessa um
triângulo inscrito com o número “33”. Além disso, optaram pela típica “águia
americana”, com as penas da cabeça e da cauda brancas e o restante da plumagem
marrom.
Hoje
na maçonaria, a Águia bicéfala tem o significado de Elevação e Coragem e é o distintivo dos mais altos Graus da
Maçonaria filosófica, figurando entre os Símbolos dos Cavaleiros Kadosh e dos
Príncipes do Real Segredo. Ela também é o emblema dos Soberanos Grandes
Inspetores Gerais e do Supremo Conselho, representando o poder e a superioridade
possuída por este alto corpo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário