terça-feira, 8 de abril de 2014

OS PRIMEIROS REGISTROS

          Em 1356, um Código de Regulamentos Maçônicos surgiu em Londres, na Inglaterra, constituindo-se na primeira referência sobre a Maçonaria como organização. Em 1390, surge um poema, chamado POEMA REGIUS, que detalha a criação de um ofício especializado a ser realizado por artífices construtores chamados maçons. neste poema, o Rei Athelstan, coroado rei da Inglaterra em 925, promove uma reunião de Maçons, estabelecendo normas e regras para o exercício desse ofício. O poema apresenta essas normas e regras, além de noções de obrigações morais. É conhecido também como manuscrito de Halliwell, em referência ao descobridor, James Orchard Halliwell-Phillips, e Manuscrito Régio, por ter pertencido à Biblioteca Real Inglesa.
       Há que diferenciar, no entanto, que nos seus primórdios a Maçonaria era operativa, congregando trabalhadores, como uma organização de classe, diferente da Maçonaria atual, especulativa, dedicada ao estudo e ao aprimoramento do homem. Escritores fantasiosos remontam as origens da Maçonaria aos Tempos Bíblicos, o que, vista sob a ótica de organização operativa, não deixa de ter um fundo de verdade, já que havia, naqueles Templos, construtores.
              Um documento conhecido como Manuscrito de Cook, de 1410, estabelece a primeira ligação entre os maçons e a construção do Templo do Rei Salomão. Em duas Crônicas 2:1-18 são detalhadas as providências iniciais para a construção do Templo, incluindo a presença de artesãos e marceneiros especializados para formar a equipe de trabalho. As grandes Pirâmides também são exemplos do trabalho desses maçons operativos, pois a tecnologia utilizada em suas construções, até hoje, provoca admiração. Não há dúvidas de que eram operários altamente especializados. Foi só por volta do século XVI que começaram a surgir as primeiras referências a uma Maçonaria especulativa, com a admissão de leigos nos quadros da Loja de Edimburgo.
        Acredita-se que os Maçons operativos reuniam-se para assembleias e encontros nos próprios canteiros de obras, em barracões de onde surgiu a palavra "Loja" para designar o local dessas reuniões.
            As atribuições desses maçons operativos, como descritas no Poema Regius, foram sintetizadas numa Constituição por Anderson e, para regulamentar o funcionamento das Loja, estabeleceram-se os chamados Landmarks, palavra sem uma tradução específica em português, mas que pode ser entendida como "marcos territoriais". Em Maçonaria, no entanto, refere-se a regras imutáveis que norteiam a existência da Ordem. O Poema Regius, a Constituição de Anderson, os Landmarks e o Manuscrito de Cook são documentos imprescindíveis para quem deseja conhecer um pouco mais essa organização. O simbolismo maçônico atual e as regras de atuação dos maçons e das Lojas estão intimamente ligados a eles. 
            O  Poema Regius foi escrito em inglês medieval, atualizado posteriormente, e traduzido para todas as línguas onde atua a Maçonaria. Com isso, perdeu-se a riqueza do poema, mas o conteúdo foi preservado, fornecendo informações sobre o modo de pensar e agir dos Maçons operativos.

Extraído de O Livro Secreto da Maçonaria
de Lourivaldo Perez Baçan 

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